Dois dos suspeitos de integrar um grupo que matou pelo menos quatro pessoas em rituais de magia negra no interior do Ceará devem ir à júri popular até o fim do ano de 2019. Três ossadas e um corpo em decomposição foram encontrados entre os meses de abril e maio de 2018, em Iguatu. Uma das peças-chave para que a Polícia Civil chegasse até Gleudson Dantas Barros, de 29 anos, e Roberto Alves da Silva, 40, foi o desaparecimento do estudante Jheyenderson de Oliveira Xavier, conhecido como Jhey Oliveira.
O sumiço de Jhey gerou uma mobilização de moradores e da própria Polícia. Depois de encontrar o corpo do rapaz enterrado em uma área próxima à casa de um suposto pai de santo, os policiais descobriram uma verdadeira cena de terror na residência. Eram ossos, pele humana e até uma mão, além de imagens macabras e de tabuleiros antigos. De acordo com o delegado de Iguatu, Marcos Sandro, os exames periciais confirmaram que todos os ossos encontrados na residência eram de seres humanos.
No decorrer do levantamento feito pela Polícia Civil, ossadas de pessoas que estavam desaparecidas há anos em Iguatu foram encontradas. O caso de uma adolescente que havia sumido também foi elucidado. A jovem namorava com um dos suspeitos e foi atraída para o sítio do falso pai de santo, onde foi morta. Ana Jaqueline Silva, de 17 anos, desapareceu no dia no dia 30 de julho de 2017.Ela saiu de casa no município de Aurora, afirmando aos pais que iria até a casa de uma amiga e não voltou mais.
Familiares e amigos da jovem fizeram campanha nas redes sociais, mas na época não houve resposta sobre o paradeiro da adolescente. O corpo dela foi encontrado em 2018, enterrado nas proximidades do sítio. O namorado de Jaqueline, que também era adolescente, ao ser identificado, cometeu suicídio. Ele possuía relação com o falso pai de santo e atraiu a jovem até o sítio.
Pelo fato do principal suspeito se identificar como pai de santo, algumas entidades de umbanda emitiram nota explicando que não há magia negra na religião. Elas identificaram o homem como um “charlatão”, que utilizava o nome da umbanda para atrair pessoas. Gleudson Dantas Barros e Roberto Alves da Silva, o falso pai de santo, foram presos. Ambos seguem em Fortaleza. As informações são do delegado Marcos Sandro.
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