Representantes da comissão formada pelos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) estão a caminho do 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro Antônio Bezerra, para começar diálogo e encerrar o motim dos soldados, que já dura nove dias.
A unidade foi tomada por PMs na terça da semana passada. De lá, a paralisação de militares chegou a outros pontos do Estado. Integram a comitiva membros do Ministério Público do Estado, do Governo, Assembleia Legislativa e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE).
Neste momento, o presidente da entidade dos advogados, Erinaldo Dantas, está encarregado de fazer o primeiro contato com os PMs amotinados. Dantas está acompanhado de Waldir Xavier, que se reuniu com o procurador-geral do Estado na semana passada e sugeriu a criação da comissão interpoderes.
Segundo o presidente da OAB, o objetivo da comissão agora é identificar um interlocutor entre os PMs, colher uma proposta de pauta com demandas da categoria e agendar uma primeira rodada de conversa.
“A ideia é que eles indiquem um nome para que a gente possa sentar e conversar”, declarou Dantas. “Entre eles, é importante que façam uma pauta e legitimem essa pauta para que não levem e depois desaprovem”, enfatizou.
Ainda de acordo com o presidente da OAB, “todas as autoridades estão limpando a agenda” a fim de marcar, talvez ainda hoje, a retomada das discussões.
Em conversa com O POVO no início da semana, Xavier destacou o papel que a Ordem terá a partir de agora “na tentativa de resolução pacífica desse impasse”.
Hoje pela manhã, foram definidos os nomes dos participantes da comissão conjunta, que, conforme O POVO detalhou ontem, foi resultado de uma longa reunião entre o governador Camilo Santana (PT), secretários, o presidente da Assembleia José Sarto e outras autoridades, entre elas o chefe do MP-CE.
Fazem parte do colegiado o procurador-geral do Estado, Juvêncio Viana; o deputado Evandro Leitão (PDT); o corregedor-geral, desembargador Teodoro Silva Santos; e o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro.